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MENSAGEM 04/2022: A Cura da Filha de Jairo nos Evangelhos Sinóticos

Condensado (Mc 5:22-24, 35-43 / Lc 8:41-42, 49-56 / Mt 9:18-19, 23-26):


Mar 5:22: Eis que se chegou a ele um dos principais [chefe, Lc 8:41] da sinagoga, chamado Jairo, e, vendo-o, prostrou-se [o adorou, Mt 9:18] a seus pés [de Jesus, Lc 8:41]


Mar 5:23: e insistentemente lhe suplicou [que chegasse até a sua casa., Lc 8:41]: Minha filhinha está à morte; vem, impõe as mãos sobre ela, para que seja salva, e [ela, Mt 9:18] viverá.


Mar 5:24: Jesus [levantando-se, (...) e os seus discípulos também, Mt 9:19] foi com ele. Grande multidão o seguia, comprimindo-o [o apertavam, Lc 8:42].


Mar 5:35: Falava ele ainda, quando chegaram alguns [uma pessoa, Lc 8:49] da casa do chefe da sinagoga, a quem disseram: Tua filha já morreu [está morta, Lc 8:49]; por que ainda incomodas o Mestre?[não incomodes mais, Lc 8:49]. Mateus 9:23 acrescenta: “vendo os instrumentistas e o povo em alvoroço,”.


Mar 5:36: Mas Jesus, sem acudir a tais palavras, disse ao chefe da sinagoga: Não temas, crê somente. [,e ela será salva., Lc 8:50].


Mar 5:37: Contudo, não permitiu que alguém o acompanhasse, senão Pedro e os irmãos Tiago e João.


Mar 5:38: Chegando à casa do chefe da sinagoga, viu Jesus o alvoroço, os que choravam e os que pranteavam muito.


Mar 5:39: Ao entrar, lhes disse: Por que estais em alvoroço e chorais? A criança não está morta, mas dorme.


Mar 5:40: E riam-se dele. [porque sabiam que ela estava morta., Lc 8:53]. Tendo ele, porém, mandado sair a todos, tomou o pai e a mãe da criança e os que vieram com ele e entrou onde ela estava.


Mar 5:41: Tomando-a pela mão, disse: Talitá cumi [Lc 8:54 já traduz]!, que quer dizer: Menina, eu te mando, levanta-te!


Mar 5:42: Imediatamente, a menina se levantou [Voltou-lhe o espírito, Lc 8:55] e pôs-se a andar; pois tinha doze anos [informação dada em Lc 8:42]. Então, ficaram todos [seus pais, Lc 8:56] sobremaneira admirados.


Mar 5:43: Mas Jesus ordenou-lhes [advertiu, Lc 8:56]expressamente que ninguém o soubesse; e mandou que dessem de comer à menina. Mateus 9:26 acrescenta que “E espalhou-se aquela notícia por todo aquele país.” (Principalmente ocupado por não judeus, Decápolis hoje faz parte da Jordânia.).


Chefe da Sinagoga:

“O chefe de Sinagoga no tempo de Jesus era um fariseu instruído na lei e na interpretação da lei e que dirigia o funcionamento das orações e serviços sinagogais exigidos pelo judaísmo. Sabemos que Jerusalém era o lugar central do culto a Deus, em Jerusalém estava o Templo de Salomão, nele estava a arca da aliança e em Jerusalém se ofereciam sacrifícios de animais diariamente por prescrição da lei, e para reparar culpas praticadas pelos judeus. Todo o Judeu deveriam ir no mínimo 3 festas em Jerusalém, prescritas pela lei e oferecer sacrifícios, pelos pecados.”

https://www.abiblia.org/ver.php?id=9712 , 15:37 de 23/01/2022


As diferenças entre Mc, Lc e Mt:

Quem foi Marcos? Discípulo de Pedro; recebeu de Pedro as informações para a escrita se seu evangelho, uma vez que Pedro foi testemunha ocular da história.


Quem foi Lucas? Discípulo de Paulo; médico e pesquisador, recebeu de Paulo as informações para a escrita de seu evangelho, assim como as pesquisas que fez. Lembrando que Paulo não foi testemunha ocular, contudo, como declara em I Co 11, recebeu “do Senhor”.


Quem foi Mateus? Um dos doze apóstolos de Jesus, judeu dos judeus, publicano (cobrador de impostos ao Império Romano, foi testemunha ocular do ministério de Jesus a partir de sua convocação (Mt 9:9).


Pontos Diferentes Importantes:

1. A declaração de chefia de Jairo, que lhe qualificava como servo especializado do templo;

2. “Alguns” de Mc 5:35 ou “uma pessoa” de Lc 8:49 não desqualifica o texto, pois o importante aqui é a notícia da morte da menina, que trouxeram;

3. "e ela será salva”, de Lc 8:50 é uma diferença bastante significativa quando comparamos ao texto de Mc 5:36, mas é um complemento e não uma falha textual. Aqui houve maior diligência em Lucas para descrever o momento;

4. “Voltou-lhe o espírito”, de Lc 8:55, assim como em 8:50, é um complemento e não uma falha textual, quando comparado a Mc 5:42. Aqui também houve maior diligência em Lucas para descrever o momento;

5. Mt 9:23 declara que instrumentistas já se encontravam dentre a multidão alvoroçada, ou seja, já se velava o corpo da menina;

6. Mt 9:26 declara que, apesar da advertência (Lc 8:56) ou ordem (Mc 5:43) de que aquele assunto não fosse exposto a ninguém, “espalhou-se aquela notícia por todo aquele país.”


Declaração de morte:

Enquanto os homens comuns sacramentaram “ela está morta”, “já morreu”, Jesus declara que a menina dormia. Isto por três motivos principais, no caso dos homens:

1. Eram homens comuns, que poderiam atestar a morte física, e o fizeram, bem como zombaram de Jesus, rindo dele (Mc 5:40);

2. Sua competência para determinar a morte da menina já havia sido exercida de tal forma que até já se encontravam presentes músicos (flautistas fúnebres, KVA), para velar o corpo da menina;

3. Eram homens que mesmo testemunhando o que Jesus fizera até ali, em termos de milagres, não imaginavam que ressuscitar pessoas estava dentre os possíveis. A declaração de Jesus que é “a ressurreição e a vida” (Jo 11:25) somente viria com a ressureição de Lázaro, evento posterior a este.


Precisamos lembrar que mesmo sendo uma narração posterior aos eventos, os autores dos evangelhos não suprimiram informações para deixar o texto mais sério, ou qualquer outro retoque, mas descreveram com o maior número possível de referências e lembranças, pois o texto precisava ser fidedigno ao que de fato havia acontecido.

Dando veracidade às palavras de Jesus, Lucas, em 8:55 revela que o espirito da menina voltou, com certeza, ao seu corpo, onde não mais residia antes da ordem de Jesus para que a menina levantasse.


Declaração de Vida:

Já Jesus, o dono da vida, sabia que nada lhe era impossível e, sendo ele a própria vida, a poderia comunicar quando quisesse e a quem quisesse e assim o fez, a menina, a Lázaro, na cruz ao malfeitor arrependido e a muitos no derramar de seu sangue, bem como a si mesmo no terceiro dia.


Declaração de Salvação:

“e ela será salva.”

Por que Jesus declararia que a ressureição da menina seria importante para a sua salvação? Esta pergunta pode afetar, caso não a liguemos a outros textos, algumas doutrinas e a compreensão de que temos de que após a morte segue-se o juízo, de Hb 9:27.

A primeira situação a entender aqui é que Jesus realizou milagres e ensinou de forma a exemplificar as questões que posteriormente, segundo Ele mesmo, seriam explicadas pelo Espírito Santo (Jo 14:26). Portanto, precisamos entender o Evangelho como início e não o final do ensino que, na Bíblia inteira, é progressivo.

A segunda situação a entender aqui é que os milagres tem reflexo imediato de sanar a dificuldade apresentada em (ou para) quem o recebe, mas tem também um reflexo em quem o presencia, no caso, João, Tiago e os pais da menina, maravilhados, inicialmente, depois em todos que souberam do milagre, pela boca daqueles que descumpriram a ordem de Jesus de não contar a história imediatamente e, depois, daqueles que souberam pela descrição oral até a escrita dos evangelhos e, por fim, pela leitura textual, nós que temos acesso às Sagradas Escrituras.

Apesar de ser muito importante receber um milagre, seja ele qual for, mas principalmente um milagre de ressurreição, o que mais conta para Deus é fornecer a nós a vida eterna ao seu lado. Diante disso, e por isso, Jesus deixa neste e em outros eventos de milagres nos evangelhos consignado que a fé “salvou” e não que “curou”.

Os milagres, portanto, tem uma conotação de auxiliar no despertamento da fé para salvação, posto que ajudam ao que recebe o milagre e a quem vê ou sabe da existência desse milagre que quem o fez, Deus, é todo-poderoso e demonstram o sobrenatural de Deus, como no caso dos dons do Espírito, hora para infiéis, hora para a edificação da Igreja (I Co 14:22-26)! É por isso que no milagre da ressurreição de si mesmo, Jesus assinalou com letras garrafais: SUA FÉ EM MIM NÃO É VÃ [paráfrase minha], como declara o Apóstolo Paulo (I Co 15:17).

Para a menina, em si, aos 12 anos, pela nossa compreensão, poderia ela já ser condenada por não crer no Unigênito Filho de Deus? Poderia! Há crianças e adolescentes muito avançados em vida e conhecimento e já se reconhecendo inclusive como homem e mulher e que já chegaram à condição de conhecer pecado, justiça e juízo. Mas o que é importante aqui é que ela teve em primeira mão acesso a Ressureição e a Vida, Jesus, e obteve não só o milagre, mas a chance de ter sua alma resgatada e com o choque do milagre ela e seus pais poderiam agora ver que de fato Jesus era o Salvador e assim, nascer de novo e viver em novidade de vida.

A palavra de Deus é clara: “De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” (Rm 10:17)


Conclusão:

O que se espera, por fim, de nós, ao ouvir esta história é que creiamos nela e que ela nos forneça, assim, a fé para crermos em Cristo como Salvador, Senhor e que isto seja sobre a nossa vida, para nos presentear com a graça de Deus!


Até breve! Que Deus te abençoe em Cristo Jesus!


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