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Foto do escritorroberto boni cardoso

MENSAGEM 06/2022: Pedro e o Dia do Senhor

2 Pe 3:1-18 (todo o capítulo)

“Amados, esta é agora a segunda carta que vos escrevo; em ambas procuro despertar com estas recordações a vossa mente sincera: para que vos lembreis das palavras que anteriormente foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, que os vossos apóstolos vos ensinaram.

Antes de tudo, considerai atentamente que, nos últimos dias, surgirão escarnecedores anunciando suas zombarias e seguindo suas próprias paixões.

Eles proclamarão: “O que aconteceu com a Promessa da sua vinda? Ora, desde que os antepassados morreram, tudo continua como desde o princípio da criação!”

No entanto, deliberadamente, eles não reconhecem que desde a Antiguidade, por intermédio da Palavra de Deus foram criados os céus e a terra, e esta foi formada da água e por meio da água.

Foi pelas águas que o mundo daquela época foi submerso e destruído.

Ora, por intermédio da mesma Palavra, os céus e a terra que hoje existem estão também preparados para o fogo, reservados para o Dia do Juízo e para a total destruição dos ímpios.

Contudo, amados, há um princípio que não deveis esquecer: que, para o Senhor, um dia é como mil anos, e mil anos, como um dia.

O Senhor não se atrasa em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Pelo contrário, Ele é extremamente paciente para convosco e não quer que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.

Entretanto, o Dia do Senhor virá como ladrão, no qual os céus desaparecerão ao som de um terrível estrondo, e os elementos se desintegrarão pela ação do calor. A terra e toda obra nela existente serão expostas ao fogo.

Ora, se tudo o que existe será assim aniquilado, que espécie de pessoas é necessário que sejais? Pessoas que vivem em santidade e piedade, aguardando o Dia do Senhor e apressando a sua vinda. Naquele Dia, os céus se dissolverão pelo fogo, e todos os elementos, ardendo, se dissiparão com o calor.

Todavia, confiados em sua Promessa, esperamos novos céus e nova terra onde habita a justiça.

Por isso, amados, enquanto aguardais estes eventos, esforçai-vos para que sejais encontrados por Ele em plena paz, sem mácula e livres de culpas diante dele.

Considerai que a longanimidade do nosso Senhor é uma oportunidade para que possais receber a Salvação, assim como o nosso amado irmão Paulo também vos escreveu, de acordo com a sabedoria que Deus lhe concedeu.

Ele escreve do mesmo modo em todas as suas epístolas, discorrendo nelas sobre esses assuntos, nas quais existem trechos difíceis de entender, os quais são distorcidos pelos ignorantes e insensatos, como fazem também com as demais Escrituras para a própria destruição deles.

Sendo assim, amados, estando bem informados, guardai-vos para que não sejais conduzidos pelo erro e sedução dos que não têm princípios morais, vindo a perder a vossa segurança e cair.

Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, agora e no Dia eterno! Amém.”

Por que nós, crentes, estamos preocupados com as últimas coisas? Como aqueles que receberam a eleição em Cristo, era de se esperar que este ponto em particular não nos preocupasse, posto que nós, que somos pré-tribulacionistas ao menos, acreditamos que o Dia do Senhor ligado a este texto de Pedro, não terá relação conosco. Contudo, não se trata de apenas não fazer parte dele, mas:


1- porque precisamos ficar acautelados contra as paixões deste mundo;

2- porque precisamos cuidar da nossa vida para manter a santidade;

3- porque a nossa santidade é parâmetro para quem nos vê e nos julga, sendo as pessoas que nos cercam ou nosso Deus;

4- porque, pelo amor de Deus que há em nós, não queremos que ninguém se perca;

5- porque conhecer as últimas coisas faz farte de crescer na graça e no conhecimento.


Pedro era um homem simples, sim. Aparentemente menos letrado que Paulo, como ele mesmo atesta em 2 Pe 3:15-16, falando dos tais trechos difíceis de entender. A dificuldade ali não residia em que o apóstolo Paulo falasse o que Pedro não conhecia, mas sim a forma erudita. Temos isso hoje em dia quando vemos a verborragia jurídica ou mesmo a norma culta da língua em comparação a como as pessoas de pouco ou nenhum estudo se expressam.


Contudo, o conteúdo deste capítulo 3 de 2 Pe demonstra que o mesmo Espírito Santo que movera o Apóstolo Paulo em suas cartas é o Espírito que move o Apóstolo Pedro. A profundidade deste capítulo, apesar de não ser ímpar, já que afirmamos, o Espirito é o mesmo e revelou paralelamente aos apóstolos a doutrina de Deus, traz como boa parte das cartas um contexto que envolve passado, presente e futuro aliado a uma ideia de início, meio e fim de uma história que, fática no passado, vivida no presente, com certeza encontrará seu fim como descrito, já que quem inspirou esta escrita é quem vive no tempo Kairós e enxerga futuro, presente e passado ao mesmo tempo.


Pedro inicia falando: "despertar com estas recordações":

- Isto é claramente uma citação de algo que já ocorreu, mas que serve para despertamento. Ora, a mensagem de toda a Bíblia se encerrou, do ponto de vista de sua composição, no primeiro século da era cristã, em 95 d.C. Para demarcar o passado, Pedro ainda diz que as palavras foram ditas desde e também pelos profetas, fazendo alusão ao Antigo Testamento.


Em um salto para o futuro, Pedro diz: "nos últimos dias, surgirão escarnecedores, anunciando suas zombarias e seguindo suas próprias paixões.":

- Eu quero desafiar a alguém a dizer, hoje, que Pedro está errado. Ele parece ter visto o tempo exato em que vivemos hoje e estes comportamentos claramente aplicados na nossa sociedade:

a) escarnecedores anunciando suas zombarias:

Em todo lugar, com a presença de mídia ou não, o que temos visto nos meios televisivos, de internet, impressos pessoas zombando de Deus e de sua Palavra, assim como dos crentes que professam a fé;

b) seguindo suas próprias paixões:

Amontoando doutores para si, com comichões nos ouvidos e não suportando a sã doutrina, um grupo enorme e diversificado de pessoas, desde os que dizem professar fé até gnósticos, agnósticos e ateus, buscam deturpar a sã doutrina ou a despir da santidade de ser a Palavra de Deus em todo, dando crédito apenas a parte das escrituras, ou mesmo desacreditando toda ela, a fim de viverem como desejam, segundo o que creem particularmente ou apenas se agarrando em uma religião cega de que ou Deus está distante, ou tarda, ou não há certeza se há Deus ou ainda que não existe (ou morreu). Vivem desregrada e desgraçadamente o caminho da perdição deles, aqui nesta carta chamado de Dia do Juízo.


Não antes de citar exemplos do passado que corroboram sua fala, como a pergunta sobre a demora da vinda de Jesus (3:4), a criação de Deus (3:5), o dilúvio (3:6), Pedro diz que agora que o fim se dará com fogo (3:7) e quanto ao tardar de Deus, lembra ele, mil anos para Deus são como um dia e vice versa (3:8) e este Dia do Fogo, Dia do Senhor, virá como ladrão (3:10), aniquilando tudo fora da santidade e piedade (3:11) contudo sendo poupados deste dia os que esperam novos céus e nova terra (3:13), tanto no presente de Pedro, que para nós tem ares de passado, quanto para o nosso presente, é dito que enquanto aguardamos estes eventos, devemos nos esforçar para que sejamos encontrados por Ele (Deus) em plena paz, sem máculas e livres de culpas diante dEle.


De novo é preciso lembrar, não há mérito de nossa parte que faça conquistar a salvação, mas somos forçados pelas circunstancias ou assediados pelas tentações, dia a dia, a abdicar dela como Esaú abdicou de sua primogenitura. Lembrando-nos das palavras de Tiago, parafraseando, as nossas obras demonstram se somos salvos, não nos salvam. Se não há paz entre nós e nosso Deus, se há mácula em nós e se mesmo diante da justificação operada por Cristo ainda assim somos culpados, é porque:

a) Prosseguimos no velho homem e não nascemos de novo ou pior,

b) Voltamos ao vômito e abdicamos do Resgate de Cristo e todos os dias estamos crucificando Jesus de novo, de novo e de novo...


Mas, veja como a graça é poderosa: no v.15 Pedro nos diz que Deus é longânimo e que Sua possível demora diz respeito a Sua vontade de que possamos receber a Salvação. Para isso, Pedro nos adverte: entendamos a essência da Palavra de Deus com a pureza que lhe é peculiar e não a partir do leite contaminado que ignorantes e insensatos constroem, para a própria condenação deles.


Pedro conclui dizendo que eles, os destinatários de sua carta (e todos nós), acessando ao dito pelos apóstolos, que receberam "leite puro" do Espírito Santo, ou seja, a sã doutrina da qual Jesus havia dito que o outro Consolador traria, estavam bem informados e precisavam se guardar do erro e sedução dos que não tem princípios morais, o que ocasionaria perda de segurança (dos que estão em Cristo) e a queda.


Por fim, um conselho com cara de ordenança:

“antes, crescei a graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, agora (presente de Pedro que se aplica ao nosso presente, grifo meu) e no Dia eterno! Amém!”


Diante do que dissemos até agora, me parece claro lembrar a quem ainda não possui a segurança e a firmeza em Cristo, para quem ainda não se manifestou a sua graça: ainda há tempo! Este é o momento de aceitar a Jesus. Fora dEle não há segurança. Como ele mesmo afirma, nem mesmo há paz no mundo sem Ele porque a paz propagandeada no mundo não é duradoura, não é eterna e a de Jesus é! Nasça de Novo, da água e do Espírito!

Até breve! Que Deus te abençoe em Cristo Jesus!


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