“Agora, vos digo: dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus. E concordaram com ele.”
At 5:38-39
A paz de Cristo!
Vez por outra somos atingidos, os cristãos, por perguntas sobre a origem das Sagradas Escrituras e da Igreja. Na verdade, estas perguntas são muito recorrentes, sobretudo vindo daqueles que acreditam ora saber “tudo sobre tudo”, ora que “ninguém além deles sabe de nada sobre nada”, ou seja, o que move a muitos que questionam a origem da Igreja não é a dúvida saudável, mas uma tentativa de lançar na cara o senso comum de que “a igreja foi criada por homens”, por mais que isto nem de longe se aproxime da verdade, como veremos adiante neste texto. Neste ponto, por mais que a natureza humana nos lance na vala comum da ira e nos imponha a vontade de responder rispidamente a tais perguntas, muitas vezes grosseiras, com a mesma moeda ou como na chamada lei da retribuição: “olho por olho, dente por dente”, a Palavra de Deus nos adverte a “(...) responder a todo aquele que vos pedir razão da esperança que há em vós, fazendo-o, todavia, com mansidão e temor, com boa consciência,(...)” (1 Pe 3:15-16 - partes).
Diante da exigência bíblica acima citada e da condição de controle do Espírito sobre nós, que nos concede as partes do fruto do Espírito chamadas mansidão, paciência, longanimidade, além das demais citadas em Gl 5:22, é preciso lembrar a néscios e incautos que essa discussão da origem da Igreja não iniciou hoje, na mente brilhante de quem questiona, mas existe desde o momento de sua criação, na pessoa de Jesus Cristo. Assim sendo, em ordem:
1. Quem criou a Igreja?
Jesus, o Deus filho:
“sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus.” Mt 16:18-19
2. Como posso entender que a Igreja não é uma instituição meramente humana?
Pela sua história bíblica e secular, tanto na vida dos crentes em particular, quanto nas igrejas locais espalhadas pela terra e na sociedade humana a partir de sua criação:
Exemplos:
1- Bíblico:
“Agora, vos digo: dai de mão a estes homens, deixai-os; porque, se este conselho ou esta obra vem de homens, perecerá; mas, se é de Deus, não podereis destruí-los, para que não sejais, porventura, achados lutando contra Deus. E concordaram com ele.”
At 5:38-39
“Mas, pela graça de Deus, sou o que sou; e a sua graça, que me foi concedida, não se tornou vã; antes, trabalhei muito mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus comigo.” 1 Co 15:10
“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;”
1 Co 15:14
“E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.”
1 Co 15:17
“Se alguém supõe ser religioso, deixando de refrear a língua, antes, enganando o próprio coração, a sua religião é vã.”
Tg 1:26
Estes exemplos bíblicos, dentre outros, dão conta da desconstrução que Lucas, Paulo e Tiago dizem ter sofrido, assim como aos membros das igrejas, em uma reconstrução moral, não apenas de participação em uma seita, mas uma mudança de vida tão significativa que os faria negarem a si mesmos e sofrer toda espécie de martírio e dores, em nome de uma promessa que só se cumpriria em seu pós vida terrestre:
“Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos quantos amam a sua vinda.”
2 Tm 4:8
2- Secular:
2.1.: Ainda hoje a Igreja segue firme em seu propósito, independente das perseguições históricas, do esfriamento humano quanto à presença de Deus em sua vida, dos erros cometidos pelos crentes e da busca pelo bem material em detrimento da espiritualidade;
2.2.: Ainda hoje, a marca de Cristo segue presente na história humana, onde os eventos são descritos como tendo acontecido antes e depois dEle;
2.3.: Por mais que o egoísmo e o egocentrismo humanos se façam presentes, assim como os desvios religiosos, o agnosticismo e o ateísmo, e por mais que a governança pós-moderna queira dizer que o Estado pode conviver sem a moral cristã, a humanidade depende, para funcionar minimamente aceitável, do pilar moral que a Igreja representa no mundo em que, sem ela, mergulharia no mais profundo caos.
3. E se a Igreja fosse um empreendimento meramente humano?
Primeiro, não estaria de pé até hoje, posto que tudo que é meramente humano tem início, meio e fim em sua própria existência, como vemos em formas de governo, impérios e ideologias.
Segundo, seria substituída por algo considerado “mais moderno”, como acontece, de novo, em todos os empreendimentos humanos. E não é por falta de tentativa: vide algumas seitas travestidas de cristandade e até versões bíblicas alteradas à vontade dos que se colocam como falsos mestres e doutores, verdadeiros falsos profetas.
Terceiro, seria eivada de erros, de tentativas de acertos e de opiniões humanistas ao invés de apontar para Deus como perfeito e justo ser, juiz, salvador e intercessor, bem como criador onipresente, onipotente e onisciente, bem como o ser humano como imperfeito e dependente, apontaria para homens poderosos, semideuses ou deuses, como as instituições e pensamentos humanistas hodiernos insistem em fazer crer.
“...seria eivada de erros, de tentativas de acertos e de opiniões humanistas...”
Quando escrevi isto acima, eu mesmo fiquei tenso diante do fato que sim, a Igreja comete erros, assim como crentes, individualmente. Diante disso, preciso lhes dizer que:
a) A Igreja de Cristo, cujo cabeça é Cristo, será separada por Cristo, na separação entre Joio (falsos crentes), e trigo (legítimos crentes) e esta, sim, sem mácula, estará com Ele eternamente;
b) A Igreja local, denominada, com a plaquinha que você vê na rua, no bairro, na sua cidade, é uma instituição humana, governada por humanos e sujeita a vontade humana, daí alguns desvios vistos;
c) As seitas pseudocristãs não têm em si ligação com a Igreja de Cristo e de maneira nenhuma é trigo;
d) Existem cristãos, cristãos nominais e pseudocristãos. Destes, só o primeiro grupo representa, apesar da possibilidade de errar, posto que ainda são humanos e sujeitos ao mundo;
e) Infelizmente, há entre os joios, dentro das igrejas locais, aqueles que têm influenciado a igreja com a plataforma mundana das ideologias de gênero, feminismo, materialismo e toda espécie de ‘esquerdopatias’, sob a vestidura do falso entendimento de que isto representa comunhão com todos, no “vinde como estais” sem o “não permaneça, nasça de novo!”.
Conclusão
Quero finalizar este texto lhe dizendo que, como seres humanos falhos e pecadores, muitas vezes nós, cristãos, damos a falsa impressão de que a Igreja é algo meramente humano e, como os homens naturais, aqueles que ainda não foram impactados pelo Evangelho, não enxergam nada espiritual, pode parecer que é só isso que acontece nas igrejas, mas isto não é verdade!
Há operação do Espírito de Deus, há aprendizado, há milagres, há salvação de almas, há ação social, há espiritualidade, há paz que o mundo não pode dar, há amor excelente e alegria mesmo em meio à tristeza!
Pense nisso!
Até breve! Que Deus te abençoe em Cristo Jesus!
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