"Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança."
Gl 5.22
A Paz de Cristo!
Neste texto, quarta parte da sequência Fruto do Espírito, vamos tratar da Paz em Cristo. Boa Leitura!
As Assembleias de Deus trazem, em seu hinário oficial, a Harpa Cristã, o Hino de nº 178, denominado Gloriosa Paz que, em seu refrão nos assevera na forma de cântico:
Paz, paz, gloriosa paz
Paz, paz, perfeita paz
Desde que Cristo minh'alma salvou
Tenho doce paz!
O hino, que é de autoria de Paulo Leivas Macalão, pastor e fundador do Ministério de Madureira (das Assembleias de Deus) não poderia estar mais certo!
Paz é um conceito que, para o entendimento secular, diz-se que daquele tempo em que há ausência de guerra, é claro, querendo dizer respeito a quando não há conflito armado interno, as guerras civis, ou externos, como as guerras entre países vizinhos ou quando há várias nações envolvidas, em escala global, como foi a Segunda Guerra Mundial.
Gostaria contudo de te convidar a pensar um pouco mais profundamente no que pode ou deve ser considerado paz. Jesus, sempre com discursos fortes, a respeito da paz declarou:
“Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada;” (Mt 10.34)
“Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize.” (Jo 14.27)
Os dois versos acima, se tomados sem contexto, podem aparentar certo antagonismo, discrepância ou como o secularismo gosta de chamar, contradição, mas quando retornamos ao contexto dos textos, de como eles foram expostos e das sequências hermenêuticas de cada um, compreendemos que se cristaliza mais nosso entendimento do que é paz e do que é falta dela. Vejamos:
1. Em Mt 10.34, Jesus acabara de convocar os 12 apóstolos e os encaminhar ao que se convencionou chamar de A Grande Comissão e os estava explicando quão difícil coisa é ir ao mundo e pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15), o que inclui até mesmo dificuldades dentro da própria família. O próprio Jesus parece ter sido alvo deste problema quando, em Caná da Galiléia é instado por sua mãe a fazer um milagre em um tempo inadequado (Jo 2.4) e mesmo cercado de uma multidão, Jesus não podia contar, dentre a plateia, com sua mãe e seus irmãos dentre aqueles que O ouviam (Mt 12.46-50).
2. Em Jo 14.27, Jesus acabara de se identificar como sendo O Caminho, A Verdade e A vida, único meio de se achegar ao Pai (Jo 14.6), comunicara sua partida e prometera que aquela comunidade, Sua Igreja, não ficaria órfã no mundo, mas teríamos um outro Consolador que além de consolar (Jo 14.16), nos ensinaria TODAS AS COISAS! (Jo 14.26). Portanto, a Paz aqui seria alcançada por aquele que, em Seu Nome, se reaproximasse do Pai, tendo desvencilhada de si a condenação eterna e gozando do benefício da Alegria da presença de Deus em sua vida (vide Mensagem 38, deste blog.), pois como dito nas Sagradas Escrituras, “(...) a alegria do Senhor é a vossa força.” (Neemias 8:10 – parte final).
Dividindo o Fruto em Partes: Parte III – Paz:
Não querendo me tornar repetitivo, mas como disse na Mensagem 38, você deve se lembrar, que “cada ser humano possui traços destas características, obviamente advindas da criação de Deus, da Trindade de Deus, o que inclui o Espírito Santo, no Éden, que nos fez Sua Imagem e Conforme a Sua Semelhança (Gn 1.26-27).”
Assim comoas demais características, sabemos o que é paz porque a Trindade de Deus lhas comunicou na criação e, portanto fazem parte de nossa natureza, ainda que de forma fragmentar. Isto explica nossa experimentação ao evento e sentimento de paz, mas expõe também a necessidade de termos ‘algo’ que a torne mais evidente e duradoura neste tempo, enquanto ainda estamos nesta terra que não é terra de descanso (Mq 2.10) e a julgar pelo fato de que a Terra jaz no Maligno (I Jo 5.19) não nos oferece condição de paz real. Aí entra o Espírito Santo!
O fruto do Espírito Santo aqui, no que diz respeito à paz, certamente precisa ser encarado aliado a presença de Cristo na vida, posto que a morada do Espírito só se torna morada de fato quando a casa que somos nós é limpa e adornada pela remissão de nossos pecados e pela purificação operada pelo sangue de Jesus (I Jo 1.7, Ap 1.5) e, em sendo morada do Espírito, podemos demonstrar e apreciar, nos beneficiando e a outros, desta parte do fruto, a paz, agindo como pacificadores em um mundo em guerra, guerra espiritual, pois como dizem as Sagradas Escrituras: “porque não temos que lutar contra carne e sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Ef 6.12) e, portanto, nosso inimigo não é o nosso próximo, mas sim o diabo e suas hostes.
Paz
Não se engane! Estar na paz de Cristo, tendo recebido o fruto do Espírito não quer dizer estamos blindados e que nada mais tentará nos roubar a paz ou que em determinados momentos não cederemos a tentação de agir fora dos parâmetros do Espírito de Deus. Contudo, como todas as coisas relacionadas aos estatutos de Deus, ao relacionamento horizontal e vertical da comunhão, temos que ser sóbrios e vigilantes porque em todo instante temos alguém tentando nos fazer cair (I Pe 5.8) e o pior é que podemos, nós mesmos, gerar um grande problema para nós, o extinguir do Espírito de Deus em nós (I Ts 5.19).
Também tenhamos em mente que não podemos deliberadamente agir como quem não tem responsabilidade para que a paz se manifeste. Como disse anteriormente, somos pacificadores, soldados da paz e em estando alistados no exército do Reino de Deus, precisamos exercer a paz para além do que os que nos cercam, em um nível superior, honrando a presença do Espírito em nós, assim como devemos entender que a nossa condição de remidos não nos exime de sofrer injustiças, mas justo o contrário, nos qualifica a recebê-las, o que aumenta nosso galardão. Veja o que Pedro fala a respeito:
“Amados, não estranheis a ardente prova que vem sobre vós, para vos tentar, como se coisa estranha vos acontecesse; mas alegrai-vos no fato de serdes participantes das aflições de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos regozijeis e alegreis. Se, pelo nome de Cristo, sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus.” (1 Pe 4.12-14)
Concluindo: Paz em Cristo é exercício diário de pacificação, honrando a Deus na figura da Trindade, tendo reconhecido que o inimigo não é carne ou sangue, para usar as armas corretas às situações diversas que nos acometem a vida!
As próximas mensagens tratarão das demais partes deste fruto.
Até breve! Que Deus te abençoe em Cristo Jesus!
Ps:
Leia meus livros:
“Reflexões Sobre O Deus da Bíblia e Sua Relação com a Humanidade” e
“Passos Para a Vida”.
Na Aba “Loja” neste blog você encontra o link para adquiri-los.
https://robertobonicardoso.wixsite.com/sbcursoslivres/como-e-onde-comprar
Se inscreva no Curso de Teologia neste mesmo site, na Aba “Cursos de Teologia”.
https://robertobonicardoso.wixsite.com/sbcursoslivres
Acesse também o Canal do Youtube SB Cursos Livres TV:
https://www.youtube.com/channel/UCL-XI3U1IL8NQGvXnL-mRpA
Vídeos novos toda terça e sexta!
Deus abençoe a todos!
Comments